quarta-feira, 9 de maio de 2012

Inexistente diagonal.

A neblina já se foi e finalmente consegui voltar pra estrada. Não sei onde deixei o meu carro. Melhor assim. Agora posso observar a paisagem com calma, já que ampliei minha visão e não tenho pressa nenhuma de chegar onde não sei onde quero chegar.
Estou com frio e com sono, como de costume, mas isso nunca me impediu de nada em minha vida. Calmo e confiante, caminho lentamente com alguém ao meu lado, alguém esse que se faz mais que um alicerce, muito mais do que qualquer palavra que já aprendi, ou sensações que já presenciei pudessem explicar.
A neblina já se foi. Não com um vento. Não com uma intervenção divina. Se foi com um encontro. Encontro esse que me assusta a cada passo dado, não por medo, mas por pisar na mesma frequência que meus sapatos quase sempre tortos da longa caminhada até aqui.
Espremo os olhos e não consigo enxergar o final dessa estrada, mas também não vejo neblina alguma no caminho. Estamos com sorte, o tempo nos favorece e a previsão é de sombra e água fresca. Bem diferente do que se vê nos noticiários, aliás, nunca confiei muito neles. Previsões repetidas não me envolvem.
A sola desgastada não incomoda mais. Não quero saber quanto tempo ela vai durar, posso continuar descalço mesmo no asfalto quente, se estiver caminhando com você. Também não vejo retornos à frente, muito menos atalhos... Parece que seguiremos rumo ao infinito.

Podemos parar ou continuar. Se você continuar e eu parar, ficarei pra sempre no mesmo lugar, só que sem você.

Um comentário:

Renata disse...

indescritível. É o que eu sinto e o que você é.